Inaugurado espaço que reunirá acervo referente ao Caminho do Peabiru, em Garuva.
10/06/2022Aconteceu na última terça-feira, 07 de junho, a inauguração de um espaço que reunirá todo o acervo referente aos estudos e pesquisas do Caminho do Peabiru, em Garuva.
De acordo com a prefeitura municipal, foi através do Projeto de Integração Turística Caminhos de Peabiru – Santa Catarina que se pensou em criar o local, que além de registros históricos sobre o Peabiru, contará também com livros e pesquisas a respeito da Mata Atlântica e de Garuva, com o objetivo de reconhecer, preservar e disseminar esses estudos.
O espaço pode ser visitado pela comunidade e está localizado anexo ao Hotel Fazenda Monte Crista, na Estrada Barão do Rio Branco, 2100.
CAMINHO DO PEABIRU
Garuva faz parte dessa rota milenar que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico, cruzando a América do Sul de Leste a Oeste. O caminho, que passa pelo Brasil, Paraguai, Bolívia e Peru, é repleto de riquezas naturais e históricas, tendo sido usado para migrações de povos indígenas e, mais tarde, em missões religiosas e no desbravamento e ocupação de vários territórios. Peabiru é o nome pelo qual ficou conhecido, não só um caminho, mas toda uma extensa rede de trilhas que ligava a região dos Andes à costa do Atlântico.
O historiador Luiz Galdino, em seu livro “Peabiru – Os Incas no Brasil”, fundamenta que os peabirus testemunham antigas incursões com o propósito de estender o domínio incaico até as margens do Atlântico, onde nasce o sol. Nas margens do rio Três Barras e da baía da Babitonga, começava a ramificação do peabiru conhecida como Caminho Velho, Caminho de Três Barras, Caminho dos Ambrósios, Caminho de São Tomé, Caminho dos Jesuítas e Caminho de Monte Crista e se estendia por mais de duzentas léguas até à cidade de Cuzco no Peru. No Caminho de Monte Crista, que é apenas uma pequena parte da milenar trilha do peabiru, existem algumas obras de engenharia simplesmente admiráveis.
A peculiar técnica de construção das canalizações d’água, como a da escadaria de pedra, faz lembrar as antigas obras de engenharia que se encontram na região andina, feitas por civilizações incas e pré-incaicas. O geógrafo Olavo Raul Quant, em seu livro “Peabiru – O Caminho Velho”, esclarece que depois de os portugueses e espanhóis chegarem à América do Sul, o Peabiru foi trilhado pelos padres jesuítas, por viajantes que vinham da Espanha e não queriam passar pelo Rio da Prata.
Tudo indica que Aleixo Garcia, Alvar Nuñes Cabeza de Vaca e Fernando de Tejo y Sanábria, fizeram suas caminhadas por esse mesmo peabiru. Fonte: www.montecrista.org