
NOTA METEOROLÓGICA SDC/SC – Tornado atingiu o município de Santo Amaro da Imperatriz na última sexta-feira (09)
12/05/2025
Na noite da última sexta-feira (09), o município de Santo Amaro da Imperatriz, localizado na Grande Florianópolis, foi atingido por uma intensa tempestade que provocou destelhamentos, queda de árvores, dentre outros transtornos.
Após análise de imagens de radar meteorológico e registros feitos por drones, a Defesa Civil constatou a ocorrência de um tornado por volta das 19h20 (horário local). Tornados são caracterizados por uma coluna de ar em rotação que se estende da base de uma nuvem de tempestade (geralmente uma supercélula) até o solo, apresentando alto potencial destrutivo devido aos ventos intensos associados.
Figura 1. Danos provocados pela atuação do tornado em Santo Amaro da Imperatriz. |
O fenômeno se formou a partir de uma tempestade discreta que avançava junto à banda de precipitação associada ao avanço de uma frente fria pelo estado, condição antecipada pela Defesa Civil de SC através do aviso meteorológico e acompanhada posteriormente através do envio de alertas de nowcasting (curto e curtíssimo prazo). O sistema atingiu inicialmente o Oeste catarinense e regiões de divisa com o Rio Grande do Sul no início da tarde, avançando pelas demais regiões do estado durante o restante do dia e à noite.
O sistema foi caracterizado por causar fortes tempestades no Oeste Catarinense, vindo a perder intensidade posteriormente e voltando a intensificar sobre áreas da Grande Florianópolis. Essa tempestade em especial, sendo considerada uma supercélula (tempestade severa) se formou ainda sobre o Planalto Sul e intensificou rapidamente após passar pelos municípios de Bom Retiro, Alfredo Wagner, Anitápolis e Rancho Queimado, atingindo o trecho sul do município Santo Amaro da Imperatriz entre 19h e 19h30.
O momento da tempestade responsável pelo tornado pode ser observado na imagem de satélite apresentada abaixo. Nela, é possível observar uma nuvem bastante profunda, que apresenta grande desenvolvimento vertical e que se destaca em relação às demais do entorno, apresentando um overshooting top. Essa condição ocorre quando o ar ascendente excede o nível de equilíbrio, formando uma protuberância na bigorna da nuvem. As áreas com tons mais escuros e pontos brancos indicam regiões onde as tempestades estavam mais intensas, com potencial para chuva intensa, ventos fortes e granizo.
Figura 2. Imagem de satélite (canal infravermelho) do satélite GOES-19 das 19h00, hora local.Fonte: DSAT/INPE |
O radar meteorológico, assim como em outros casos, exerceu papel fundamental na identificação do fenômeno. Foram observadas assinaturas compatíveis com uma supercélula, como áreas de alta refletividade — que indicam maior intensidade da tempestade — e a presença de um dipolo no campo dos ventos, evidenciando rotação, conforme mostrado nas figuras 3a e 3b.
Figura 3A. Imagem mostra área com alta refletividade, indicando a presença de uma supercélula com intensa atividade convectiva, às 19h20min horário local, pelo radar meteorológico de Lontras. | Figura 3B. Áreas de ventos em direções opostas próximas entre si (dipolo), caracterizando uma assinatura de rotação nos baixos níveis da atmosfera — indicativo típico de supercélula, às 19h20min horário local, pelo radar meteorológico de Lontras. |
Por fim, a avaliação em campo realizada pela Coordenadoria Regional da Defesa Civil auxiliou a confirmação da atuação de um tornado. Foram observadas árvores torcidas e caídas em diferentes direções, o que difere de danos causados por frentes de rajadas ou microexplosões, que geralmente apresentam um padrão direcional. Também foram identificados danos nas construções e na própria vegetação em forma de rastro (Figura 4), outra característica que reforça a hipótese de um tornado.
Figura 4. Imagem feita por drone de árvores tombadas e danos na vegetação provocados pelo tornado. Fonte: Coordenadoria Regional de Defesa Civil |
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