Como será o clima no mês de junho

Como será o clima no mês de junho

30/05/2025 0 Por Clic


Como será o clima em junho? O mês é o primeiro do denominado inverno climático que é compreendido pelo trimestre dos meses de junho, julho e agosto. Já a estação inverno começa oficialmente pelo critério astronômico às 23h42 do dia 20 de junho e vai até 15h19 do dia 22 de setembro.

Clima em junho é historicamente frio e com alta incidência de geada | IARA PUNTEL

Junho é o primeiro mês do inverno e, historicamente, é marcado por alguns dias de frio muito intenso, geada e às vezes até neve. O mês está juntamente com julho entre os mais frios da climatologia anual no Sul do país e tem aumento da precipitação no Rio Grande do Sul e uma diminuição da chuva no Centro do Brasil.

Juntamente com julho, junho é o mês mais frio do ano na climatologia histórica. No Rio Grande do Sul, pelos padrões históricos, junho costuma ser um mês chuvoso enquanto no Centro do Brasil se instala a estação seca, o que favorece o aporte de umidade em direção às latitudes médias como do Centro da Argentina, Uruguai e o estado gaúcho.

No caso de Porto Alegre, junho tem uma temperatura mínima média histórica de 11,3ºC, 0,9ºC acima da de julho que é menor entre os meses do ano. Já a temperatura máxima média é de 20,3ºC, 0,6ºC superior à de julho que é a mais baixa entre os meses do ano.

A temperatura média mensal de junho na capital gaúcha é de 14,8ºC, ou 0,7ºC acima da de julho e 0,9ºC abaixo da de agosto, fazendo de junho o segundo mês mais frio do ano, conforme os dados das normais climatológicas da série 1991-2020.

Já a precipitação média de junho na cidade é de 130,4 mm, a quarta média mais alta de chuva entre os meses do ano em Porto Alegre. Fica atrás apenas de julho (163,5 mm), outubro (153,2 mm) e setembro 147,8 mm. A precipitação média mensal de 130,4 mm corresponde à nova normal mensal climatológica com base na série 1991-2020.

Uma comparação entre as séries histórica 1961-1990 e 1991-2022 mostra que no caso da cidade de Porto Alegre o mês de junho ficou menos frio e quase não teve mudança na chuva nas última três décadas.

A média mínima em 1991-2020 era de 10,7ºC e passou a ser 11,3ºC na série 1991-2020. A média máxima se elevou de 19,2ºC para 20,3ºC entre as normais 1961-1990 e 1991-2020. Na série de 1961-1990, junho era o terceiro mês mais chuvoso em Porto Alegre com 132,7 mm (atrás de agosto com 140,0 mm e setembro com 139,5 mm) e agora é o quarto com 130,4 mm.

Em São Paulo, com a instalação da estação seca, a precipitação média mensal é de tão-somente 59,7 mm, a terceira menor entre os meses do ano na climatologia da capital paulista. A temperatura mínima média é de 13,5ºC e média máxima em junho é de 20,3ºC.

Oceano Pacífico em junho

Em 2025, o mês de junho vai transcorrer com o Oceano Pacífico Equatorial em estado de neutralidade, portanto sem El Niño ou La Niña, depois da fase fria da La Niña ter terminado em fevereiro.

No decorrer do mês se espera que as condições de neutralidade persistam no Oceano Pacifico com anomalias de temperatura da superfície do mar em torno de 0ºC, muito pouco negativas ou positivas, conforme a semana.

NOAA

De acordo com o último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar era de -0,2ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na faixa de neutralidade de -0,4ºC a +0,4ºC.

Por outro lado, a região Niño 1+2, perto das costas do Equador e do Peru, estava com anomalia de 0,2ºC, mas esta não é a área do Pacífico que é usada para identificar se um evento de El Niño e La Niña oficialmente está atuando, embora tenha impacto no clima.

Chuva em junho

O mês de junho costuma marcar uma acentuada diminuição da chuva no Centro do Brasil com a instalação da estação seca ao passo que mais ao Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, observa-se um aumento das precipitações.

É o mês, historicamente, em que há maior ocorrências de frentes quentes no Rio Grande do Sul, ou seja, quando ar mais quente de Norte avança sobre massas de ar frio sobre o território gaúcho, produzindo chuva não raro volumosa a excessiva com temporais.

No inverno, muitos sistemas atuam no Sul brasileiro como frentes frias, frentes quentes e centros de baixa pressão, o que costuma trazer mais chuva para estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina enquanto o Paraná, pela sua posição mais ao Norte, sofre a influência do ar seco do Brasil Central e tem menor precipitação que os estados mais ao Sul.

Embora seja pelos padrões históricos um dos meses mais chuvosos do ano, na maioria das regiões gaúchas espera-se um mês sem grandes excessos de precipitação pelos dados disponíveis hoje. A tendência é de um mês de junho com chuva perto ou abaixo da média no Oeste, Centro e Sul gaúcho enquanto na Metade Norte o indicativo é de chuva com maiores volumes.

Isso porque espera-se que junho neste ano tenha chuva com valores acima da média climatológica em muitas áreas do Paraná e de Santa Catarina com uma série de sistemas que vão evoluir do Nordeste da Argentina e do Paraguai para os dois estados. A chuva em algumas áreas, em particular do Paraná, pode ficar muito acima da média.

Os mapas a seguir mostram a tendência de anomalia (desvio da média) de chuva para cada semana de junho, a partir dos dados do modelo de clima do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).

ECMWF

ECMWF

ECMWF

ECMWF

As precipitações em junho podem ficar ainda acima das médias mensais, que são baixas pela temporada seca de inverno em muitas áreas do Centro-Oeste e do Sul, sobretudo no Mato Grosso do Sul, em São Paulo, em parte de Minas Gerais (principalmente mais ao Sul) e no Rio de Janeiro.

E a temperatura em junho

Modelos de clima internacionais divergem sobre a tendência de temperatura para o mês de junho neste ano. O modelo de clima europeu indica temperatura perto ou abaixo da média numa extensa área do Centro-Sul do Brasil enquanto o modelo de clima norte-americano CFS indica o oposto com marcas acima da média, com exceção do Rio Grande do Sul.

De acordo com o entendimento da MetSul, considerando este modelo e uma série de outros dados, não se projeta um mês com alta frequência de ingresso de ar frio com forte intensidade. Haverá incursões de ar frio, como é comum, mas a maioria não deve ser forte. Então, a probabilidade de ser um junho de frio rigoroso com altíssimo número de mínimas negativas, como ocorreu por exemplo em 2016, em nosso entendimento é muito baixa.

Os mapas a seguir mostram a tendência de anomalia (desvio da média) de temperatura para cada semana de junho, a partir dos dados do modelo de clima do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).

ECMWF

ECMWF

ECMWF

ECMWF

Conforme nosso prognóstico, a tendência é de temperatura acima da média na maior parte do Centro-Oeste em junho. No Sudeste, perto e acima da média na maioria das áreas, especialmente do Centro para o Norte de São Paulo e Minas Gerais. Mais ao Sul e ao Leste paulista, o mês deve ter temperatura mais perto da média, o que deve se ver também no Rio de Janeiro.

No Sul do Brasil, a perspectiva é de temperaturas mais próximas ou abaixo da média mais ao Sul da região enquanto na maior parte do Sul as marcas no mês devem ficar ao redor ou acima da climatologia histórica.

Junho é um dos meses mais frios do ano e, assim, mesmo alguns dias com marcas perto ou pouco acima da média acabam tendo temperatura baixa durante o período noturno. O frio é a regra durante a noite.

O indicativo de marcas pouco acima ou acima da média se traduz em menor número de noites geladas e um maior número de tardes agradáveis e mesmo algumas quentes para os padrões desta época do ano.

A primeira metade do mês deve ser mais fria e a segunda mais quente. O mês começa ainda sob a influência da massa de ar frio que ingressou no final de maio e se projeta uma segunda incursão de ar frio para a segunda semana do mês. Já na segunda quinzena vão predominar os dias de temperatura acima da média e alguns muito acima da média com várias tardes agradáveis e algumas até quentes para os padrões desta época do ano.

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