Governador de Santa Catarina alerta para impactos na economia com taxação sobre letras de crédito

Governador de Santa Catarina alerta para impactos na economia com taxação sobre letras de crédito

13/06/2025 0 Por Clic


Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Arquivo / Secom GOVSC

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, voltou a manifestar preocupação com os rumos da política econômica do Governo Federal. Desta vez, sobre a decisão de taxar as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), instrumentos amplamente utilizados para financiar dois dos setores mais estratégicos da economia brasileira: a construção civil e o agronegócio.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Jorginho Mello classificou a medida como um erro de cálculo, ao afirmar que o Governo Federal está “cobrindo um santo para descobrir outro”, numa referência à tentativa de compensar a frustração de receita após a suspensão do aumento do IOF – medida que também já havia sido alvo de críticas por parte do governador catarinense.

“O investidor não é tolo. Se um investimento perde atratividade, ele migra para outro. Ao tributar as letras de crédito, o Governo Federal afasta capital privado que hoje financia moradia e produção agrícola. O resultado é menos dinheiro circulando, menos crédito disponível, encarecimento dos imóveis e freio nos investimentos do agro. Na ponta, quem paga é o cidadão, com moradia mais cara e alimento mais caro na mesa”, afirmou o governador.

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) são títulos isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas desde sua criação. Justamente por essa vantagem fiscal, tornaram-se instrumentos populares entre investidores e essenciais para canalizar recursos diretamente para os setores da construção e do campo. A proposta do Governo Federal é alterar esse regime de isenção, passando a tributar os rendimentos desses títulos, o que, segundo especialistas, pode provocar uma fuga de investidores para outros ativos financeiros, reduzindo a oferta de crédito e encarecendo o financiamento para empresas e consumidores.

O governador de Santa Catarina tem defendido um modelo econômico baseado na geração de empregos e no fortalecimento da atividade produtiva. A preocupação é com o que considera uma priorização de medidas arrecadatórias em detrimento da atividade econômica real. “Não é aumentando imposto que o Brasil vai crescer. Precisamos de um ambiente de estímulo à produção, ao investimento e ao crédito. O resto é tiro no pé”, concluiu.

O alerta se soma a uma série de reações do setor produtivo e de entidades financeiras, que também demonstraram apreensão quanto aos impactos da nova proposta. A discussão deve se intensificar nas próximas semanas, com pressões crescentes para que o Congresso Nacional revise ou barre a medida.



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