
Israel ataca Irã: quem era o chefe da Guarda Revolucionária iraniana morto na operação
13/06/2025
Crédito, Getty Images
Hossein Salami, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), é provavelmente o líder do Irã de maior escalão eliminado nos ataques israelenses desta sexta-feira (13/06) no horário local, noite de quinta no Brasil.
Meios estatais de Teerã confirmaram a morte de Salami em um dos múltiplos ataques aéreos que Israel realizou em território iraniano.
Salami ingressou na Guarda Revolucionária em 1980, durante o início da guerra entre Irã e Iraque.
À medida que subia nas fileiras militares, ganhou popularidade por sua retórica contundente contra os Estados Unidos e seus aliados.
Desde a década de 2000, ele tem sido alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU e dos Estados Unidos devido à sua participação nos programas nucleares e militares do Irã.
Diante do aumento das tensões com Israel nos últimos dias, Salami declarou na quinta-feira que o Irã estava “totalmente preparado para qualquer cenário, situação e circunstância”.
“O inimigo acredita que pode lutar contra o Irã da mesma maneira que luta contra os palestinos indefesos que estão sob o cerco israelense”, afirmou, em referência ao conflito em Gaza.
E sentenciou: “Temos experiência e estamos calejados na guerra”.
Crédito, AFP
Por que a Guarda Revolucionária é estratégica
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) foi criado há 40 anos para defender o sistema islâmico do país, instalado pela revolução iraniana de 1979, e atuar como um contrapeso às forças armadas regulares.
Desde então, tornou-se uma força militar, política e econômica significativa no Irã, mantendo estreitos laços com o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e outras figuras importantes.
Tido como um Exército paralelo, estima-se que o IRGC tenha mais de 190.000 militares ativos, com forças terrestres, navais e aéreas, além de ter a prerrogativa de supervisionar as armas estratégicas do Irã.
O grupo também controla a Força de Resistência Basij, uma unidade paramilitar que ajudou a reprimir a dissidência interna, e os poderosos bonyads, fundações de caridade que gerenciam uma parte considerável da economia.
O IRGC exerce influência em outras partes do Oriente Médio ao fornecer dinheiro, armas, tecnologia, treinamento e orientação a governos aliados e grupos armados por meio de sua unidade de operações externas, a Força Quds.
Os EUA acusam a Força Quds de apoiar organizações terroristas e de ser responsável por ataques no Iraque e em outras regiões do Oriente Médio, que resultaram na morte de centenas de militares americanos e aliados.
O Departamento de Defesa afirmou que ele havia orquestrado um ataque com foguetes no Iraque que matou um contratante americano e estava “desenvolvendo ativamente planos para atacar” diplomatas e tropas dos EUA na região.
Na época, o aiatolá Khamenei pediu “vingança severa”, aumentando os temores de um grande conflito.