“A SOLIDÃO MATERNA” – Por Aline Pontes

“A SOLIDÃO MATERNA” – Por Aline Pontes

11/03/2020 0 Por Clic

A solidão materna, que assunto comentado! Vejo muitas mães com sentimento de abandono e solidão. E comigo é claro que não foi diferente, foram dias sem receber um convite para sair, depois semanas sem receber uma visita, meses sem uma simples mensagem e agora ao ponto de completar um ano ao ver essas amizades é como se fossem total desconhecidos.

 

Por inúmeras vezes me perguntei como posso ter esse sentimento se tenho uma filha que me preenche em todos os sentidos? foi algo que fiz? Algo que falei? Sou culpada? Devo ir atrás?

 

Em alguns dias chorei, por não ter com quem conversar, não ter ninguém para mostrar as coisas, dividir minhas tristezas, meus medos, minhas alegrias, por muitos dias me senti vazia, tão só, uma pessoa totalmente excluída, fora da realidade dos outros, não conseguia me encaixar em mais nada.

 

Aos poucos isso tudo foi se amenizando, pessoas diferentes foram entrando em minha vida graças a maternidade, algumas antigas retornaram, outras mesmo sem conversar todos os dias se fizeram presentes e também tiveram aquelas que na mesma velocidade que chegaram se foram, e eu me senti tão livre por não me importar, tão leve por não me culpar.

 

Sabe quando você estuda um ano todo com as mesmas amizades e no ano seguinte tinha que fazer novos amigos, puxar assunto, e quando percebia já estavam lá com os mesmos gostos, fazendo coisas juntos, você passou por isso não passou? E ficou tudo bem não ficou?

 

Então! a nova fase da maternidade é de certa forma assim, bem mais intensa é claro, mas muito parecida, nossa vida é composta por muitos ciclos a cada um que se encerra um novo se inicia. Vai doer, vai machucar, mas vai passar, você está em uma transformação emocional e logo tudo fica melhor.

 

Não se culpe, nem se cobre tanto, são tantas responsabilidades, tantos sentimentos, tantas coisas que amizades talvez esteja bem lá em baixo na sua lista de prioridades, você pode não precisar de ninguém, mas ter um pequeno bebê que precisa e muito de você, sinta-se a pessoa incrível que você é por estar se dedicando, sinta-se amada pois você está sendo pelas pessoas certas, sinta-se completa, quando a solidão bater deixe ela, vai passar , vai ficar tudo bem.

 

Pode parecer o maior dos clichês, o mais alto nível de mãe coruja, pode parecer que a culpada sou eu por me isolar, mas minha melhor amiga é minha filha, espero não estar colocando um fardo muito grande em quem ainda nem sabe o sentido das coisas, mas não poderia ser menos que isso, quando ganho um abraço, um sorriso então? Tenho a certeza que desde a sua chegada nunca estive sozinha.

 

Por Aline Pontes